Hoje te escrevo em meu desabafo, entre o dia que não acabou.
Como estas?
Espero que bem?
Aqui o sol tem perdido o brilho! Aquele brilho que tu lhe davas com teu olhar. Os caminhos tendem em ser cortados. Lamento! Como lamento, afinal eram os caminhos que abriste para mim. Desculpa mas sozinho não tenho sido capaz, sinto a tua falta, mas fui obrigado a viver com tua ausência. Será? Que teu pensamento ainda viaja ate mim. Tenho pensado em ti, como tenho pensado em tudo que na vida se pode pensar, alias nunca deixei de pensar. Sabes? Minha alma rejuvenesce enquanto meu corpo envelhecesse, que triste imagem te daria agora. E como era bom! Bom era que o vento trouxesse teu perfume! O ar aqui esta pesado. Esta tarde visitei o mar e pedi para ele me mostrar teu rosto. Ele me mostrou como estavas bela. Me pediu também para não parar de sonhar, mas confesso que já não tenho sonhos! Os que tinha partiram contigo.
Queria escrever sentimentos vivos, nesta tinta que em papel transformo em palavras, que eles te dessem abraços saindo desta carta e de pudessem beijar. Temo só de pensar que neste momento podes estar a chorar e eu aqui sozinho entre um dia e outro, mas me acalmo vendo te sorrir e isso traz-me felicidade.
Desculpa se não te levo boas novas. Desculpa se só te levo lembranças, que quereis esquecer descartadas e escritas meus em português ruim.
E chega assim mais um dia ao fim, chegando apenas a noite vaza para eu contemplar na esperança que leias minhas cartas e que digas o meu nome.
Daqui te mando amor esperando apenas que leias as minhas cartas.
Já me esquecia a lareira ainda não apagou e tu podes ver o fumo se algum dia quiseres voltar e não souberes o caminho.
Talvez um dia te envie estas cartas.
Sempre teu,
Marujo das palavras