Encosto essas lágrimas
Em meus lábios
Bebendo um pouco da dor
São eternas certas palavras
Que já saíram
De uma boca que já partiu
Uma espécie de momento perfeito
Um encontro
Em que o desencontro
Se estende a tudo que não é visível
Saído do nada
Essa calma
Que não chega
Em recordação
Destemida como o mar
Procura sempre uma saída
Uma razão
Para cantar um adeus
Em contra mão
Por capricho ou sedução
Muitas vezes
Esta e aquela
Ou apenas uma vida
Nos deixa sem razão
Nos tira a sensação
Sem sentir como se pode viver?
Sem coração?
Como se pode amar!
E todos querem apenas saber
Sem procurar
Os olhos que já cegaram
Os corpos que em vida se enterraram
Na amargura
Nesta vida de loucura
Posso perdurar parado
Compor calado
Entrar no mar sem ficar molhado
E em mim serei só um pequeno bocado
A um universo inteiro por explorar
No mundo avançado
Que nem a morte consegue explicar
Como poderá então o amor se explicar
ensinar a vida sentida
Cada memoria uma esperança
Cada lembrança, um objectivo
Que nos traz um sentido
Uma direcção
De ganhar asas e voar
E eu já nem sei quem sou
O que faço aqui
Fugindo da coragem
De aqui ficar
Tenho me esquecido
De a alma alimentar
De minhas flores regar
No jardim que morre lentamente ao sol
Sem a chuva o cultivar
E se amor perdura
É porque é o único eterno vencedor
O único verdadeiro
Que nos chama a razão quando queremos apenas terminar
Sim o amor o único e grande vencedor!!!