Ó noite, que vens negra e fria
Ó vento, que varres sem piedade
Ó noite, porque me tiraste o dia?
Ó vento, porque me deixaste a saudade?
Ó tempo que passa a grande velocidade
Ó memória que guardas a fantasia
Ó tempo, roubaste-me a mocidade!
Ó memória devolve-me a alegria!
A alegria de ser tudo, sendo nada
A alegria de ser teu, ó minha amada!
Ser teu, sendo eu, em cada dia...
Nas asas dos sonhos, na melodia
Entregando-te simplesmente, sem dor
Em versos, em actos, todo o meu Amor!
J. Antero Oliveira