Luso-Poemas
 
Sonetos : 

Incompatibilidade

 
Quando eu partir, solidão (parceira minha),
Talvez em noite alta ou tarde desmaiada,
Numa manhã de sol ou fria madrugada,
Entrego ao teu cuidado os frutos desta vinha.

Apago estes passos tortos da estrada,
Devolvo esta surrada ilusão qu’eu tinha,
Entrego esta esperança que sempre foi minha
De mão beijada a ti no fim desta jornada.

Deixo aqui neste mundo um grito de saudade,
Desemaranho o espírito, livro-o desta rede
Na última parada, salto desta linha.

No fim desta eterna incompatibilidade,
Eu vou de encontro à água que mata minha sede.
Enfim desato os nós e deixo-te sozinha.


Frederico Salvo

Direitos efetivos sobre a obra.
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Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 31/01/2011 15:19  Atualizado: 31/01/2011 15:19
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: Incompatibilidade
Um soneto primoroso!
BJS


Enviado por Tópico
VIDEIRA
Publicado: 31/01/2011 15:43  Atualizado: 31/01/2011 15:43
Colaborador
Usuário desde: 30/10/2009
Localidade: Profundo Portugal
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 Re: Incompatibilidade
Só os grandes sabem cantar a dolorosa (ou não...)partida com tanta poesia e beleza serena de palavras.
Sempre tão bom ler-te!

Beijo.


Enviado por Tópico
HelenDeRose
Publicado: 31/01/2011 19:52  Atualizado: 31/01/2011 19:52
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 Re: Incompatibilidade
Lindos versos compõem este seu soneto, Fred. Possui um significado bastante compatível comigo. É sempre um prazer ler você. Bjo daqui.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/02/2011 21:11  Atualizado: 06/02/2011 21:11
 Re: Incompatibilidade
Frederico, um soneto bem musical, muito bem construido! E' assim, no fim devolvemos tudo, ate' os sonhos que nunca foram concretizados! Abraco!

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