Oiça lá senhora dona porta
Veja lá, não me cubra o caminho
Não se feche comigo entre si
Pode ainda magoar alguém
Convive com as dobradiças
E com sua vizinha, a maçaneta
E você acha, então, que tudo é em vão
Tome conta de si!
Fecha-se de repente
E obriga a gente
A falar bem de si!
Vossa senhoria é então, melhor opção
Que as próprias janelas!
Mas veja lá é maior
E faz o mesmo serviço que elas
Senhora porta entendida às casualidades
Está convencida
Que me detém os meus próprios passos
E os de quem quer entrar nesta casa
Lembre-se que só pelas paredes
Você mora cá
Não se feche!
Ora veja lá, ainda acaba com o braço de alguém
O vento ralha consigo
Pois está aborrecido
De estar cá fora
Agora mete-se com as janelas
Entra pelos espacinhos
E elas deliciam-se
Que até assobiam!
Senhora porta está zangada
Ciúmes, coitada!Não merece tal vida!
Mas se quer mais se alegrar
Vamos, deixe lá o vento entrar!
Pedro Carregal