Poemas : 

VIAJANTE

 
Correndo contra corrente,
Vejo passar tanta gente,
Que logo me atinge o medo,
Levando embora a coragem.

Como um baú de brinquedos,
Que sempre fica a espera,
Destemido como uma fera,
Capas de guardar grandes segredos.

Sempre é chegada a hora,
A fatídica hora do adeus,
Hora de ir embora,
E talvez nunca mais voltar.

Mas deixo esta vida sem demora,
Pois nela já vivi demais,
Se é chegada a hora,
Resta-me ao menos um pouco de paz.

Abandonando assim não a vida de verdade,
Mas aquela que me devora,
Aquela que por si mesma,
É uma grande mentirosa.

Mas agora desta vida não haverei de fugir,
Pois somente uma vida realmente vivida,
É que me obriga a sentir,
Não deixando qualquer dívida.

Mesmo com toda dor guardada dentro de mim,
Prossigo sempre a caminhar,
Tendo sempre como guia,
As estrelas e o mar.


Tatiane Nunes Freire

 
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TNF
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