Correndo contra corrente,
Vejo passar tanta gente,
Que logo me atinge o medo,
Levando embora a coragem.
Como um baú de brinquedos,
Que sempre fica a espera,
Destemido como uma fera,
Capas de guardar grandes segredos.
Sempre é chegada a hora,
A fatídica hora do adeus,
Hora de ir embora,
E talvez nunca mais voltar.
Mas deixo esta vida sem demora,
Pois nela já vivi demais,
Se é chegada a hora,
Resta-me ao menos um pouco de paz.
Abandonando assim não a vida de verdade,
Mas aquela que me devora,
Aquela que por si mesma,
É uma grande mentirosa.
Mas agora desta vida não haverei de fugir,
Pois somente uma vida realmente vivida,
É que me obriga a sentir,
Não deixando qualquer dívida.
Mesmo com toda dor guardada dentro de mim,
Prossigo sempre a caminhar,
Tendo sempre como guia,
As estrelas e o mar.
Tatiane Nunes Freire