Posso ser mártir ou monge,
dizer-me poeta dos estados de alma,
e amar ver-te sorrir,
e sonhar fazer-te voar,
posso sentir as chagas das dores,
e sentir que o meu coração pulsa para além de mim,
sentir que até nas lágrimas eu vou te amar...
posso dizer que sei brincar com palavras,
mas com o sentido do coração...
com esse não aprendi a brincar...
sou sério de marmore,
sou pedra que sente sem partir,
até posso angustiar e esperar que nas ruas te veja,
nos momentos que não te tenho ao pé de mim,
até posso segredar-te sombras ao ouvido...
que tu saberás que te amo...
que tu saberás que te sonho...
até podes dizer que o chão foge,
que a desilusão nasce e renasce na calçada...
eu dou-te sementes de luz...
pega...
pega nelas amor...
atira-as ao ar...
sorri...
sente...
brilha...
elas vão nascer, germinar, florir,
elas vão criar vida antes da morte,
e na morte...
não te preocupes...
eu falarei com o sombrio vulto,
escreverei-lhe frases soltas de desarmonia,
contornarei magos e monges,
e os deuses fugiram do meu olhar...
irei comprar a eternidade no alem mar...
e mesmo nos olhos cansados...
olha bem fundo neles meu amor...
morará o romeu que te prometeu...
verás que nem quando a alma fugiu...
o teu amor deixou o olhar...
olhar terno...
olhar cavalheiro e apaixonado...
nele verás albuns de momentos,
cravados no seu baço brilho...
verás... que eternamente te levo...
e na eternidade que comprarei...
te cravarei para sempre...
na minha alma.
Alexander the Poet