Não tomo atenção. Nem quero tomar. A nada. Alheio-me do mundo, do que se passa á minha volta, de tudo. Olho para o céu, as estrelas, a lua e o meu pensamento. Apenas a eles dou atenção agora, porque o meu cérebro desliga-se daqui a pouco. Estou numa aula de matématica a escrever este texto. Não sou, definitivamente, normal. Digo coisas sem sentido. Apenas escrevo. Mas...qual a minha mensagem?
Uma vez disseram-me "Todos os textos, tudo o que escreves, tem uma mensagem." Mas qual a minha neste texto? Talvez..vivam, apreciem, amem, sofram e saibam morrer.
Não podem existir porquês, nem razões, muito menos explicações. Penso. Em ti, em mim, na minha vida, na minha liberdade, em tudo. Diz-me. Se me for embora, sem razão aparente, do nada. Simplesmente desaparecer, evaporar como se nunca tivesse existido, darias pela minha falta?
Se sim, quanto tempo depois? Um segundo, Um ano, Uma vida? O que deixo aqui de que me possa orgulhar de ter feito? Nada. Algo que devia ter tido coragem para fazer, mas não fiz? Tudo. Mas desperdiçamos tempo com meras palavras, meras desculpas, meras conversas, com meros remendos nas falhas da vida. Tentei deixar a minha marca, ser a vida de alguém, ser uma amiga com quem podes ser verdadeiro, uma pessoa com quem podes sempre contar...mas será que consegui? Acho que fiz tudo errado. Espero ser uma pessoa melhor quando nos encontrarmos. Espero encontrar o que quero: uma forma de morrer mas...não ser esquecida, nem relembrada como alguém que era indiferente.
Quero ficar reconhecida como aquela rapariga calada, que só escrevia, que se importava com todos, com quem podias falar de tudo e que...tentou.
Rute Martins