Poemas se avolumam;
diariamente renascem
dentro das horas.
Os versos recebem luz
nas páginas guardadas.
Inspirados, os olhos
seguem vaga-lumes.
Penetram o vazio da sala,
se encontra nas sombras
de espaços fechados.
O céu salva estrelas
nas alvura das mãos
e nos cabelos liso
pintados de azul.
As unhas vermelhas
desfiam as nuvens,
apagam luares.
Os pés descalços
descem as serras;
lavam-se nos rios
sagrados.
Alisam promessas
da terra molhada.
A moça demente se salva.
Guarda um novo poema
nas páginas de um livro
ilustrado com imagens
de borboletas e pássaros.
Poemas em ondas deslizam nas águas.