Quando será a nossa última vez?
Quando restará a paz que Deus fez?
Agora, vou-me embora
Sem voltar, sem demora
Vou-me embora
Tento quer fugir
Mas mais me querem prender
Mais tristezas a vestir
Ninguém me consegue compreender
Vou-me embora, volto nunca
Não voltarei jamais
Faço alguém em simples carpideira
Mato o amor na sua morte
Vou-me embora, digam adeus
Voltarei mas já morto
Não vejo a estrela nesse céu
Morte prestes ao encontro
Vi neste chão uma vida
Vi algures alegria no ar
Se algumas me amas-te
Deixa-me pelo menos regressar
Bem dito é meu
Bem dita é morte
Fugido num jazigo de triste mármore
Dentro de caixão de corpo inteiro
Onde estátuas não vão agarrar
Tenho medo de ir com o vento
O vento conseguiu novamente ganhar
Vi neste chão uma lágrima
Onde mais se irão juntar
Dedos de pedra que enlaçam
O anel, a luva e o colar
Forjam juntos a minha lápide
Onde nunca mais vou voltar
Pedro Carregal