Será desta vez?
Não, não será
Aprendi e disseram-me que nem tudo é amor
Mas será desta vez?
Vi-te em segundos
Cruza-mos o nosso olhar
Mas nem teu nome sei
Mas que grande azar!
Quem és tu?
De olhos falsos azuis
De pele morena, cabelos castanhos
Da minha idade ou mais velho
É àquele jeito que me detenho
Deu-me o mesmo raio
O mesmo mau estar (ou bem)
Digo-te que estranhamente causas sensação (pausa dramática)
A minha vida e escrita tem fases!
Acabei de sair do romantismo
Entro agora no simbolismo
Por isso vê lá não te atrases!
Gostava de te voltar a ver
De falar-te e de te conhecer
Mas vejo que nem todos os raios
Implicam tempestade
Nem todas as folhas juntas
Fazem florestas
Mas foi como um raio de luz, fogo, tudo
Francamente, não sei quem és
Nem se voltas a passar à minha janela
Mas se voltares abro-te a porta
Da minha estranha forma de vida
Pedro Carregal