Quero usurpar um verso rude,
grotesto, mal educado, sem dores ,
que faça aquilo que eu nunca pude,
castrar a poesia que nasce de amores...
Num dia de mil sóis ser noite escura,
em letras bestiais que a própria alma veta,
por somente elevar a tristeza pura
em gotas de cristais na voz de poeta...
Ignorar a inspiração sensível que escorre,
compor poesia pedante, desprezando metas,
gargalhar diante do sentido que morre
e seguir olhares esquecidos, sem setas...
Brincar com a ironia...num dia,
onde o silêncio seja a única verdade...