Joana estava à espera de uma pessoa para jantar. Tinha marcado para as 20h num restaurante chinês. Já eram 20,30m e ela pediu um bule com chá de jasmim já um pouco impaciente por a pessoa que ela esperava não ter chegado. De repente ela riu-se da situação. O homem que tinha aceite jantar com ela era um amigo virtual que agora andam muito na moda. E foi ele, cujo nome era Ricardo, verdadeiro ou não, vá-se lá saber, que quis conhecer Joana para lá da net, pois dizia que se sentia atraido por ela. Joana também sentia algo em relação a ele e por isso resolvera aceitar. Ela sabia bem os riscos que isso comportava, mas estava só e sentia necessidade de uma paixão na sua vida. Fisicamente não se sentia ameaçada, pois como ela era segurança privada e tinha aprendido a defender-se, em caso de necessidade defender-se-ia do senhor em questão, gestor de marketing numa empresa. O que mais preocupava Joana era apaixonar-se e não vir a ser correspondida. Mas ela tinha que tentar, mesmo que sofresse. E na verdade não se alcança uma vitória sem derrotas e sofrimentos pelo meio.
O empregado era muito gentil com ela e cerca das 21h aproximou-se dela mais uma vez, mas trazia um bilhete.
- Desculpe Senhora, mas aquele Senhor que está naquela mesa do canto tem estado a reparar em si, e no facto de estar tão só. Eu tomei a liberdade de lhe dizer que a Senhora está à espera de um Senhor para jantar, mas esse Senhor nunca mais aparece. O Senhor Araújo está viúvo há dois anos e vem sempre aqui jantar ao fim-de-semana. A Senhora quer lêr o bilhete?
Joana olhou então na direcção da mesa do canto e viu um homem na casa dos cinquenta anos, muito bem cuidado e com uma barba rala e branca que o tornava atraente. Ele sorriu ao ver que ela lia o bilhete.
Quase logo eles estavam a apresentar-se e o Senhor Araújo ia fazer companhia a Joana. Era pintor autodidacta e desde que tinha ficado viúvo fechava-se em casa no atelier a pintar para esquecer a dor. Ele amava muito a mulher que de repente morreu atropelada numa passadeira com o sinal verde para peões. Joana tinha-lhe feito lembrar a mulher e era das poucas vezes que ele tinha sorrido. Joana estava a gostar do senhor Araújo e por breves momentos tinha-se esquecido que tinha marcado um encontro com outra pessoa. Mas ela pensava que já não devia vir e devia ser mais uma desilusão. Quando ela e a sua nova companhia se preparavam para fazer um brinde com champanhe eis que surge então o Senhor Ricardo com um ramo de rosas vermelhas e um monte de desculpas...
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