Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Que saudade eu sinto
Do tempo de criança
Juro que eu não minto
Isto tenho na lembrança
Via a Maria Fumaça
Correndo pelos trilhos
Eu achava muita graça
Olhando ela e os filhos
Os vagões ela puxava
Como se desse as mãos
Isto uma mãe lembrava
Levando todos os irmãos
O tempo se foi, passou
Veio a maquina elétrica
Maria Fumaça aposentou
Esta é uma verdade tétrica
Progresso não tem perdão
A todos ele vai engolindo
Só deixa em nosso coração
Esta saudade emergindo
Eu continuo com saudade
Deste trem tão vagaroso
Que nos dava uma felicidade
Que era para nós prazeiroso
No dia que eu vier a morrer
Quero ir numa Maria Fumaça
Para na estação do céu viver
E la afogar a saudade na cachaça