Levadas as sedas pelo tempo
Sulcada a pele que as cobria
Basta-me sem um lamento
A água a correr menos fria
No rio onde navego, leve

As margens amparam o espelho
Onde me olho tranquila
As dores seguram o leito
Fecundado pela vida
Num viver de quem se atreve

Nascem flores nas suas margens
Freixos, silvas e salgueiros
Onde seguro as imagens
De sonhos sempre primeiros
Para que em sonhos me eleve

Deixou-me o tempo o encanto
Tecido na minha essência
Deixou-me o tempo um recanto
Com um punhado de inocência
Para que a meninice preserve



Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor

 
Autor
adelaidemonteiro
 
Texto
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Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 24/01/2011 19:14  Atualizado: 24/01/2011 19:14
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10794
 Re: Num rio
Lindo Adelaide venham mais.


Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 29/01/2011 08:44  Atualizado: 29/01/2011 08:44
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Num rio
Que bem que me soube ler este poema, aqui e agora... lembrei-me dos meus cantares épicos ao nosso rio-vida. Acho que até inspirei perfumes novos!

Maravilhoso.

Beijinho de bom dia!