Me espreguiço pro dia dizer “acorda”
E meu bem, que demora
Você voltando da venda com o pão
Fica pairando incólume na minha imaginação.
Não, eu não te tenho
E já se foi o tempo de se pedir um postal…
Então vou postar um texto
E um dia, você lerá e me verá
E me virá
E me virá
Ah, e virão
Os poemas e os dias
Enquanto eu decido se gosto
Enquanto eu finjo descobrir teu gosto
Sabendo de cor que já sinto a boca encher d’água
E os meus mares marejarem olhos
Tua mão posta em meu rosto
A universidade se distrai
E nas pedrinhas do caminho
Fundaríamos aquele beijo…
E me virá
E me virá
A certeza do que fui
Pela pura comparação do que tu me tornas.
E por convenção, sou o oposto
Mas por definição, sou não definido
O amor é o bandido
Que rouba as frutas que nem como
Por te esperar trazer o pão,
Caindo do céu feito chuva
Ascendendo-me ao céu da boca tua
E me virá,
Ah se me virá
Ah se me verão
Na primavera e na exatidão
De esperar indeciso
Te ver trazer meu pão
yuri emanuel