REFRÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Há um refrão
Teimando em mim:
“Solidão.
Solidão.
Sua vida
É solidão”
Que seja então...
Já me acostumei
Com os meus roncos...
Durmo de olhos abertos...
Ouço a mesma canção...
“Solidão.
Solidão...
(...)”
Repete sempre o refrão.
Não vejo problema...
Janto o meu almoço.
E meu café do fim do dia
Estava lá de manhã.
A solidão é meu selo
Meu carimbo...
Assinatura.
Que se danem
Os que não o são.
Carecem de tempo
Para pensar o mundo.
Eu o tenho de sobra...
Carecem de silêncio...
O meu é como um grito.
Carecem de paz...
Eu guerreio com ela
Todos os dias...
“Solidão
Solidão...
(...)”
Repete sempre o refrão.
Já disse, não vejo problema.
Minha cama não se arruma nunca.
Nunca há gente no banho...
Assisto o canal que escolho...
Nenhum passarinho canta
Em meu jardim...
A solidão é meu romance.
Minha noiva
Minha amante...
E não exige nada de mim...
Quase nada:
Que eu seja só...
Que eu seja só...