Pernas cansadas, atrás das dunas, mais dunas.
Tudo igual, sem destino final.
Enfado, tanta areia que desliza sob meus pés,
não me leva a lugar algum.
Lugar comum.
Chuva fina que cai, horas a fio. Infindável
Molha-me, mas não me lava.
Escorre secular, tortura úmida,
lembrança irritante
que insiste em me dizer, impotente,
que o sol, talvez não volte mais a brilhar.
Desesperança, matéria densa,
que me constitui e me faz lama.
A mim, matéria prima orgânica
de fim anunciado.
Oh, o fim! Certeza, que não chega ao fim.
Tudo finda, menos esperar pelo fim.