Em pêlo na pele pura me ofereço
ao galope do teu corpo feminino.
Amazona cavalga-me,
monta-me por baixo por cima
acoplada ao meu sexo.
Fustigas e domas,
alucinada e perplexa,
sem força sem fôlego,
meus corcoveios, voltas, volteios
minha carne,minha alma
e o que eu não sei mais
trago em mim.
Me conduzes em cega cegueira
aos abismos precipícios
bordas mais frágeis
do tempo e do espaço
onde tudo vai se fundir.
Retiras de mim toda rebeldia,
me fazes manso e me tens, ao teu gosto,
a trote, a passo, dulce , dulcíssimo,
a andar no compasso
que me ditam suas coxas, quadris
e a pouca força dos teus braços.
Me ofereces, bela recompensa
por minha toda obediência.
O teu cabelo ao vento
os teus olhos fechados,
tua boca crispada,
ginete do monumento eqüestre.
Falo domado conquistado, todo teu.
Todo meu, o teu gemido fatal!