Poemas : 

A bailarina elegante!

 
A bailarina sangra o coração
sangra o seu e o meu,
sangra o de muita gente mais.
Sangra com a sua propria mão.
A bailarina se castiga,
mortifica-se, maltrata,
consome-se em culpas
por faltas que não cometeu.
A bailarina quer perfeição.
Se envergonha pelos enganos alheios
se aborrece com que lhe parece feio.
Fica irritada ao espelho que revela,
as falhas do ambicioso ideal.
A bailarina sofre e sofre.
Sofre e não aprende a lição.
A bailarina imagina um rigor,
rigor, que no mundo não tem.
Elegante bailarina, mire nisso,
mas mire com muita atenção;
no dizer de Balzac,
elegância é parecer-se
com aquilo que se é.
Estimar suas perebas
e suas feridas no pé.

 
Autor
marcusmatraga
 
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