Poemas : 

Doce amarga chuva

 
És tão doce o som da chuva caindo da calha, que importuna e dilata a alma
Som delicado e intrigado
Como som de crianças cantando e dançando diante a um chão molhado.
És doce a chuva que encharca o chão
Chuva que traz e faz o som.
És como véu, quando se entristece e com fúria embranquece e cai dos céus.
Calmamente parando e contigo levando a fúria e o amor dos seres humanos.
Triste som da chuva caindo da calha, quando importuna e quando se espalha,
Levando contigo as vidas e felicidade dos que esperam a aurora.
Onde se escondem as crianças que cantam e dançam no chão que molhas?
Chuvas doces e furiosas, porque meches tanto com minh’alma?
Tu alegras e entristece aqueles que a ti são soberanos
Sei doce e amarga chuva que não fazes por mal
Que choras quando não sentem o teu doce som,
E entristece-se por não quererem o teu dom
Tu tens o dom de encharcar e ao mesmo tempo importunar
És mais justo quando choras
Pois os seres de hoje mal se importam com suas almas
E de ti dilatam cada vez mais a alma.
Tu levas, tira, faz com que venhamos a perder.
Ha tempos merecemos o que tens que fazer
Não amamos os belos dias, e maltratamos o que a nós tu oferecias.
És justo que espalhe teu doce amargo som
Quem sabe ouçam o importuno e intrigado som das crianças que cantam
Dançam sobre teu molhado chão.


Verônica Cecília Lopes


30/01/2010
Poema dedicado a algumas das maiores chuvas de janeiro que de muitas foram perdidas e, porém recebidas por Deus.
 
Autor
Cecilialopes
 
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