Embora branca, tua pele nem de longe me lembra pureza.
Parece-me um casaco alvo e com nódoas de frutos e vinhos
Luz matutina invadindo a cozinha clara, mesa, toalha, tigela branca e uma maça vermelha ao centro.
Leite puríssimo recém ordenhado, morno, espumante
e um inseto a debater-se sem saída.
Parede branquíssima de um muro alto e longo a perder de vista e um tiro de bala perdida.
Porque a venero e beijo-a de cima a baixo
Tua pele agora, não mais imaculada,
É minha.
Raule de Sousa
Iguatu/Ceará/Brasil
Direitos Autorais Reservados
Lei N° 9.610 de 19/02/1998