Porteira da minha vida
Havia uma porteira aonde eu morava
E toda a noitinha a vizinhança chegava
Para contar historias, ao luar se reunia
Do outro lado daquela velha porteira
Passava uma antiga estrada boiadeira
Era o caminho a quem até ali se dirigia
Porteira que não me sai da lembrança
No passado quando um dia fui criança
Que eu ouvi as suas primeiras batidas
Ouvia casos que a mim eram censurados
Pois falava do povo e dos seus pecados
Que praticavam sempre às escondidas
Da velha porteira, se ouvia o seu som
Fazendo ecos por todo aquele sertão
Ao fechar, com o ruído de sua madeira
Foi a divisa da infância e da mocidade
E seus mourões me deixaram saudade
Que levarei para a minha vida inteira
Mas um dia esta porteira do estradão
Deu a sua última batida em meu coração
E aquela moradia eu deixei para trás
Agora eu vivo aqui na grande cidade
Sofrendo com toda esta perplexidade
Pois os bons tempos não voltam mais.
jmd/Maringá, 18.01.11
verde
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