Lembremo-nos que a literatura,
porque se dirige ao coração, à inteligência,
à imaginação e até aos sentidos,
toma o homem por todos os lados;
toca por isso em todos os interesses,
todas as ideias, todos os sentimentos;
influi no indivíduo como na sociedade,
na família como na praça pública;
dispõe os espíritos;
determina certas correntes de opinião;
combate ou abre caminho a certas tendências;
e não é muito dizer
que é ela quem prepara o berço
aonde se há de receber
esse misterioso filho do tempo - o futuro.
Antero de Quental, poeta e jornalista português.
Nasceu em Ponta Delgada em 1842, onde se suicidou num banco de jardim público em 1891.
Havia escrito na carta autobiográfica enviada a Wilhelm Storck, o tradutor alemão dos Sonetos, em Maio de 1887: “Morrerei, depois de uma vida moralmente tão agitada e dolorosa, na placidez de pensamentos tão irmãos das mais íntimas aspirações da alma humana e, como diziam os antigos, na paz do Senhor - Assim o espero”.
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