Archote descendo o bater das horas na pele
Sangram os lábios da luz num breu
Inferno de sangue boreal
Despes na sombra eco nome meu
Transborda o tempo no corpo, no sal
Esculpe-se feroz o segredo
Alarga-te amante fórmula maior
Cântico de estrelas curvo
Pomar abóbada de céus infindos
Órbita de Vénus giras e queima
Curiosa se deita matriz fora seiva
Leme de toda uno
Vulcões de dedos desafiar
Entre velas de barcos mágicos
Brasa viva poema espasmo
Veias sôfregas rasgando cama e candelabro
Tremes os pilares desses dias sem fim
Majestade flor de orgasmo
«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»
Agostinho da Silva