Poemas : 

Os Livros

 
Ser o que podemos ser,
sentir o que podemos sentir,
viver como podemos viver,
na liberdade utópica dos livros

e que a vida nos renega,
mesmo que se poeta, putanheiro,
indigente ou até um mísero homem
que preza pela palavra em si:

LI-BER-DA-DE!!!

Palavra amada, desejada, querida,
quando tomada para si,
porém, se conclamada... restrita...
nunca sempre compreendida.

Somos filhos dos grilhões,
nós somos os grilhões!
Somos os castradores de nossa
própria geração, envolta em manto vil.

O manto sórdido da liberdade.
O manto rubro de Cristo,
a brilhantina de Elvis,
a rebeldia de John Lennon.

O ruído da rua, o rato que roeu
a roupa do mendigo que podia
ser rei de Anarquilópolis
com o cajado da verdade.

E a verdade, sempre maculada
com mártires de ilusão.
Sempre forjada a ferro e gelo
na alma dos pseudo salvos e safos...

E quem está a salvo?
Se podemos ser o que somos?
Se sentimos o que podemos?
Se vivemos assim,
na liberdade que ninguém compreende?

Conforme os livros que deixamos
na estante com o pó do esquecimento.

www.romulonarducci.blogspot.com

 
Autor
RomuloNarducci
 
Texto
Data
Leituras
681
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.