Hoje não te amo mais
Hoje não atrevo-me em escritas
Nem me detenho ante ao poder
quero ser (ou pretendo) proscrita
No baralhar dos dias sou mulher
No meu corpo faz quarenta graus
É inverno, as folhas estão secas
Constato que sou dama de paus
Em trapos, encaro-te uma vez mais
Rasgo as páginas do passado
As tais fotografias amorosas
Olho demoradamente no espelho
Rugas surgiram num jaz
E de chofre me vem o quarto
Reflexos na cama mal dormida
Cenas da vida onde o final é
Sempre aquele adeus já pedindo
Desculpas.