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Ema

 
GUIÃO

Discrição das personagens

Personagem principal:
Ema: miúda com cerca de 12 anos de idade, morena olhos e cabelo comprido castanhos, franzina e baixa;
Personagens secundárias:
James: homem alto, magro com cerca de 35 anos moreno, com olhos e cabelo castanhos, como a filha,
Ludovika: magra, muito bem feita de corpo, com altura mediana, cabelo negro e comprido e olhos de um azul faiscante, agressivo, pele muito branca;
Andresa: roliça, baixinha, morena, olhos verdes e cabelo curto e castanho claro.

CENA 1
exterior/ casa de Luduvika/ tarde
James sai de casa com Ema carregado de malas e entram ambos num taxi.
Ema:
Estou contente por finalmente poder ir para casa da tia Andresa (tosse).
Oh pai, tu achas que a mãe finalmente vai deixar de discutir contigo e de descarregar os problemas dela em cima de mim?
James:
Gostava de poder responder-te, minha querida, mas não sei o que te diga.

CENA 2
exterior/ casa de Andresa/ ao anoitecer
Saem os dois do taxi, James paga e depois é ajudado pelo motorista a tirar as malas da bagageira do carro. Pega nas malas e dirigem-se para a casa de Andresa e ao chegarem lá batem à porta.
Andresa:<br />Ema, finalmente! Está boa?
Ema (tossindo):
Olá, tia Andresa, tudo bem? Eu não estou muito bem. Tenho andado a tossir e não sei o que é isto.
Andresa:
Depois temos de ver isso. Olá James, entra e põe aí as malas.
Anda Ema, vou mostrar-te o teu quarto.

CENA 3
Interior/ casa de Andresa/ já noite
Entram dentro de casa.
Andresa:
Espera aí um pouco James, eu vou mostrar o quarto à Ema.
Saem ambas da sala, James pousa as malas e senta-se no sofá.

CENA 4
Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ noite
Ema:
Uau! Que quarto tão lindo, tia Andresa, parece que esteve sempre à minha espera!
Andresa:
Era o quarto da minha filha, deixei-o tal e qual como estava. Agora é teu.
Ema:
O que lhe aconteceu, tia Andresa?
Andresa (tristemente):
O teu tio e ela tiveram um acidente de carro e morreram os dois.
Ema:
Desculpa ter perguntado, tia, mas eu não sabia. Anda, vamos ter com o pai.

CENA 5
Interior/ casa de Andresa/ sala/ noite
Regressam à sala onde encontram James no sofá, impaciente.
James:
Podiam ter demorado menos, não?
Ema:
Desculpa pai. Estivemos a conversar.
James:
Vá Ema, Já são horas de ires para a cama. Eu já te levo qualquer coisa para
comeres.
Ema:
Está bem, pai. até amanhã, tia Andresa (diz beijando-a). Até já, pai.
Ema sai da sala.
James e Andresa vão para a cozinha.

CENA 6
Interior/ casa de Andresa/ cozinha/ noite
James:
Estou preocupado com a Ema, acho que está a ficar doente.
Andresa:
Pode ser que não seja nada, James.
James:
Bom, acho que vou para a cama, estou cansado. Até amanhã.
Andresa:
Espera aí, deixa-me apagar as luzes que eu também vou.
Saem da cozinha e dirigem-se cada um para o seu quarto.

CENA 7
Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ Madrugada.
Ema delira, chora convulsivamente e chama pelo pai. O pai acorda e corre para o quarto de Ema para ver o que se passa. Ouvindo também, Andresa vai ao seu encontro.
James:
Ema, o que tens, acorda, filha.
Andresa (pondo a mão na testa de Ema):
Ela está a ferver em febre, acho que é melhor levá-la ao hospital, penso que está com uma pneumonia.
James:
Vou-me vestir. Chama um taxi.

CENA 8
Exterior/ casa de Andresa/ madrugada
Depois de vestido, James pega em Ema ao colo, sai de casa e entra num taxi.

CENA 9
Interior/ hospital/ sala de espera/ madrugada
James está inquieto à espera que o médico venha à sala de espera dizer-lhe o que se passa. O médico entra.

James:
O que se passa, doutor, o que é que a Ema tem?
Médico:
A Ema está com uma pneumonia e terá que ficar internada durante uns dias para ser medicada e tratada devidamente.
James:
Posso vê-la? Médico:
Pode mas não demore muito tempo, Ema tem de descansar.
Saem ambos da sala e o médico leva-o ao quarto de Ema.

CENA 10
Interior/ hospital/ quarto de Ema/ madrugada
James:
Ema, como te sentes?
Ema (tossindo):
Estou com frio e sinto-me doente.
James puxa para cima um cobertor que estava aos pés da cama.
James:
Dorme que o pai amanhã volta.
E beija-a.
Ema:
Até amanhã, pai. A mãe sabe que eu estou aqui?
James:
Acho que a tua tia lhe telefonou.
Ema:
Por favor pai, fica comigo. Eu tenho medo que ela venha cá.
James:
Descansa que ela não te pode fazer mal. Aqui estás protegida. Até amanhã.

CENA 11
Interior/ hospital/ corredor do hospital/ manhã
Luduvika dirige-se a uma enfermeira.
Luduvika:
Bom dia, eu sou a mãe de Ema e desejo visitá-la.

Enfermeira:
Vou levá-la ao quarto de Ema.

CENA 12
Interior/ hospital/ quarto de Ema/ manhã
A enfermeira deixa Luduvika à porta do quarto e Luduvika entra.
Luduvika:
Então, Ema sentes-te bem perto do teu pai?
Ema:
Sim.
Luduvika:
Não queres vir comigo? Divertes-te muito mais.
Ema:
Não , obrigado.
Luduvika:
Não me respondas assim, sabes que eu e o teu pai temos problemas e que eu te quero só para mim. Por isso tens de voltar comigo para casa. Senão...
Ema:
Não vou, não quero ir.
Luduvika:
Pronto, está bem. Trouxe-te um sumo, queres?
Ema:
Sim, quero.
Luduvika:
Espera um pouco que eu ali buscar um copo.
Luduvika vira-lhe as costas e dirige-se a uma mesa onde estavam copos e um jarro com água. Pega num copo, tira um frasco e o sumo da mala, abre o frasco e olha para o rótulo onde está inscrita a palavra "Cianeto".
Deita um pouco para o copo e depois deita o sumo. De seguida dirige-se para Ema e na altura em que vai dar-lhe o copo, entra James que a impede derrubando o copo no chão.

James:
Queres matá-la? Achas que ela tem culpa que me odeies?
Luduvika:
Ela é minha filha e eu tenho direito de querê-la só para mim. Quando te foste embora não devias tê-la levado contigo.
Ela é minha filha.
James:
É mas não a tratas como tal. E além disso, ela também é minha filha e ao contrário de ti, eu quero o bem dela.
James pega em Ema ao colo e sai porta fora.

CENA 13
Interior/ corredor do hospital/ manhã
Luduvika sai no encalço de James e Ema.


Luduvika:
Onde pensas que a levas?
James:
Para donde nunca deveria ter saído, levo-a para casa da tia.
Dizendo isto, dá-lhe um empurrão e corre com Ema ao c (não Sei o que aconteceu ao resto do texto)

CENA 14
Exterior/ fora do hospital/ manhã
Já fora do hospital, James apanha um autocarro que ali estava e volta para casa de Andresa.

CENA 15
Interior/ café/ perto do hospital/ hora do almoço
Luduvika entra no café e dirige-se ao empregado.

Empregado:
Deseja alguma coisa, minha senhora?
Luduvika:
Tem aí alguma lista telefónica?
Empregado:
Tenho sim, minha senhora.
Luduvika:
Pode trazer-ma?
Empregado:
É para já.

O empregado vai buscar a lista telefónica e leva-a a Luduvika que procura o nome de Andresa na lista telefónica e quando encontra, pega num guardanapo que estava em cima do balcão, tira uma caneta da carteira e rabisca a morada de Andresa no guardanapo, guarda-o e sai do café.
CENA 16
Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ tarde
James dorme calmamente numa cadeira de baloiço no quarto de Ema.

CENA 17
Interior/ casa de Andresa/ cozinha/ tarde
Andresa está a fazer o jantar e ouve bater à porta. Larga o que está a fazer e sai da cozinha para ver quem é.

CENA 18
Interior/ casa de Andresa/ sala/ anoitecer
Andresa atravessa a sala e abre a porta. Luduvika entra de rompante na sala e começa à procura de James e Ema. Andresa, percebendo o que se passa, vai buscar a caçadeira do marido que está num armário da sala, olha tristemente para uma fotografia onde se encontram um homem e uma menina e dá um tiro numa perna de Luduvika.

CENA 19
Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ ao anoitecer
Ema e James acordam com o barulho que o tiro fez e saem do quarto em direcção à sala.

CENA 2O
Interior/ casa de Andresa/ sala/ ao anoitecer
Quando Ema e James entram na sala vêem Luduvika a arrastar-se no chão a e tirar um frasco do bolso e sem que ninguém possa fazer nada, Luduvika olha para o frasco com malícia enquanto o abre e atira o líquido para o pescoço de James que agoniza até à morte.


Luduvika:
Isto é ácido sulfúrico e James morrerá! Ha! Ha! Ha!
Ema assiste à cena e foge assustada.

CENA 21
Exterior/ pântano/ noite
Ema assustada foge para um pântano e lá encontra uma cabana onde bate à porta.

CENA 22
Interior/ pântano/ cabana/ noite
A porta abre-se e Ema entra fechando a porta atrás de si. A cabana está muito escura e só quando os seus olhos se habituam à escuridão é que depara com um horrendo homem com o aspecto de uma múmia imunda. Ema tenta fugir mas o homem do pântano agarra-a.
Homem do pântano:
Eu não te faço mal. Diz-me porque é que uma menina como tu está no pântano e ainda por cima à noite?
Ema:
Fugi de casa de minha tia porque a minha mãe apareceu e matou o meu pai. Eu, com medo, fugi sem saber que viria ter a um pântano.
Homem do pântano:
Aqui ninguém te faz mal, eu protejo-te.
Na altura em que diz isto, Luduvika entra na cabana e tenta agarrar Ema mas o homem do pântano impede-a de se aproximar de Ema e Luduvika, olhando em volta, encontra uma estaca e, com ela apunhala o homem até ter a certeza de que ele está morto.
Luduvika:
Ema, filha, vem comigo, seremos felizes agora que o maldito do teu pai morreu, eu te protegerei.
Ema:
Não!
E Ema com ódio agarra num machado que ali se encontrava e racha ao meio a cabaça da mãe.


CENA 23
Interior/ casa de Andresa/ manhã
Ema regressa a casa da tia e encontra-a caída no chão com um braço queimado pelo ácido sulfúrico. Ema dirige-se ao telefone.

Ema:
Por favor, queria uma ambulância para a rua Gago Coutinho nº 72. A minha tia tem o braço todo queimado. Rápido, por favor.
Ema senta-se no chão ao pé da tia e fica à espera da ambulância.
Quando a ambulância chega, Ema dirige-se à porta para a abrir e dois maqueiros entram na sala e colocam Andresa na maca e saem todos de casa.

CENA 24
Exterior/ casa de Andresa/ manhã
Ema vai com a tia e os maqueiros para a ambulância, os maqueiros colocam Andresa dentro da ambulância, Ema e os maqueiros entram e a ambulância arranca rumo ao hospital.

CENA 25
Interior/ ambulância/ manhã
Ema olha tristemente para a janela da ambulância e vê um anuncio publicitário que diz "feliz ano novo! ano 2000, o ano da nova geração!"


CENA 26
Exterior/ hospital/ tarde
Chegados ao hospital, Andresa é levada para a sala
de urgências e Ema para a sala de espera.

CENA 27
Interior/ hospital/ sala de espera/ tarde
Ema aguarda a chegada do médico para saber como se encontra a tia. Aparece o médico.
Ema:
Doutor, como está a minha tia?
Médico:
Graças a ti, a tua tia já está a ser tratada, mas terá que cá ficar.
Queres que chame um taxi?
Ema:
Sim doutor, obrigado.


Médico:
Já mandámos outra ambulância para ir buscar o teu pai , que como já sabes, está morto.
Ema:
Sim, eu sei. A minha mãe e o homem do pântano também estão. Todos menos eu...
Médico:
Onde está a tua mãe e o homem do pântano?
Ema:
Estão num pântano.
Médico:
Sabes onde é?
Ema:
Não. Porque fugi e quando regressei a casa, ia tão perturbada que não reparei no caminho.
Médico:
Nós tratamos disso. Vai para casa, toma um banho e descansa.

CENA 28
Exterior/ hospital/ tarde
Ema sai do hospital e entra no taxi que já estava à porta do hospital à espera dela.

CENA 29
Interior/ casa de Andresa/ casa de banho/ tarde
Já em casa, Ema dirige-se à casa de banho, vai tomar banho e chora tristemente. Após o banho, veste-se e dirige-se para o quarto.

CENA 30
Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ tarde
Ema entra no quarto, deita-se e adormece. Quando acorda, encontra-se noutro quarto. Olha em volta.

Ema:
Mas este quarto é o meu antigo quarto em casa da minha mãe!
Levanta-se e saindo do quarto dirige-se à sala.

CENA 31
Interior/ casa de Luduvika/ sala/ manhã
Ema entra na sala e encontra a mãe sentada num sofá.
Ema:
Mamã, então não morreste?
Luduvika:
Claro que não, que disparate. Anda cá, senta-te ao colo da mãe. (Ema começa a chorar). Não chores. Tiveste um pesadelo, esquece isso.
Ema senta-se ao colo da mãe e chora, feliz por tudo não ter passado de um pesadelo.



Patrícia de Portugal

 
Autor
quimera
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