Embriagado…
Ontem choveu…
Cheguei a casa embriagado,
Estava tão encharcado
Que fui vestir um novo eu.
Deixei de lado a roupa molhada;
Livrei do rosto a máscara magoada
E agora sem mais depois
Não sei sequer o que fiz;
Mas cá dentro, uma voz que me diz:
“Acabas de nos destruir aos dois…
Diz-me por favor, que isto é fim!
Que não quero viver contigo assim…”
Ele que é tão racional;
Esse eu que não consigo desligar,
Queria poder ser só um animal
E não ter sequer de pensar!...
O álcool corre-me nas veias
Rosa-me as minhas feições feias;
Peço-me: “Por favor mais!,
Que o copo está vazio…”
Não há quem ouça os meus ais.
Eu sinto-me tão frio!
A bebida ferve na garganta,
No palco há um fadista canta
Um fado que é meu;
Ponho as mãos à testa
Que raio de vida esta,
Que Deus me deu!
Lá acabei por me conseguir levantar;
Aos encontrões lá a porta
Acabei por encontrar…
Com a visão meia torta,
Empurrei-a e saí;
Caminhei apenas uns metros e caí…
Ouvi alguém perto de longe a dizer:
“Baza gamar este tipo embriagado, aqui!
Está tão para lá
Que nem sequer saberá,
O que raio lhe aconteceu…”
Acabei por adormecer sem saber o que levaram meu …
Só acordei com a chuva na cara,
As gotas com a forças de cascatas,
As bebidas eram baratas
E noite saiu-me tão cara!
(…)
Nota de autor: Este texto continua em construção,
Por isso qualquer parte acima poderá ou não ser sujeita a modificações