Não quero meus versos jogados no esgotos
Surrados, molhados, pisados por ratos escrotos
Não quero meus versos jogados ao vento
Sem dó, sem alento, sem destino algum
Não quero meus versos declamados em voz alta
Em meio ao deserto, sem ninguém para ouvir
Não quero meus versos dentro da sarjeta
Misturado ao lixo jogado nos cantos pelo homem bicho
Não quero meus versos aos pés da montanha
Cobertos de gelo, no frio da geada, sem dizer nada
Não quero meus versos na boca dos mendigos
Famintos de amor e poesia
Serão devorados sem saber o que eu digo
Não quero meus versos em falsas bocas
Cheias de mentiras, hipócritas, que não sabem o que é o amor
Não quero meus versos pronuciados a esmo
Pois os versos que escrevo, tem alma, sentimento
Os versos que escrevo, é vida, é coração
Sou eu mesmo.
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