Se me olho ao espelho,
tenho nojo de mim,
por estar mais velho,
sem um gozo de alecrim.
Meu ser desajeitado,
não sabe que é dormir,
vira-se, de lado a lado,
sem ter para onde ir.
O sol fere-me a pele,
branca, como não há,
e tudo me impele,
a imaginar o que será.
Uma janela aberta
e uma cortina corrida,
é a paisagem coberta,
que é a minha vida.
Faço versos por dentro,
com a imaginação,
usando o pensamento,
calando o coração.
Alma, é aquela coisa,
que invade a emoção,
parte-se a rica loiça,
juntam-se cacos no chão.
Pensar faz doer à cabeça,
não pensar, é bem pior.
Haja quem ainda teça,
com o que tem de melhor.
Enfim sonhar, só sonhar,
que a sonhar me conheço.
Versos pobres a lembrar,
só aos leitores pertenço.
Jorge Humberto
14/01/11