Na escuridão mais sombria
Que jaz no ar
Nessa lembrança que um dia
Me voltou a matar
Porque é que o mundo que me rodeia
Tende em me criticar?
E porque é que tudo o que leia
Da minha minha mente se consegue apagar?
Há coisas impossíveis
Na vida e no além
Há laços indestrutíveis
Que tive com ninguém
Quem eu gosto
Esquece-me e feliz vê a vida
E caem lágrimas no meu rosto
Pois não encontrei saída
Esperanças já morreram
E eu como escritor
Sei o que todos souberam
Ao sofrer por amor
Foi Deus que me pôs isto
Nessa noite de luar
E eu sei que isto visto
É para vos massacrar
Se o mundo parasse
E que pudesse ver
Que mesmo que não me matasse
Poderia morrer!
As lágrimas recolhidas
Na tristeza do meu ser
Sei que as vidas vividas
Me irão compreender
Tento ser feliz
Mas de repente
Alguém me diz
Para ser diferente
E a noite escura
Sem estrelas, nem vitória
A noite perdura
Sem ter sua glória
Não consigo chorar
Por quem me quer bem
Sei que antes de um amor chegar
Outro vem
E o vento passa
Sem notícias contar
Por tudo o que faça
Nunca irei triunfar
O tempo é companheiro
Ele está ao meu lado
Pois ele é verdadeiro
Veio sem ser chamado
E eu canto
Sem beleza e sem jeito
Canto a minha voz em pranto
Na minha morte, no meu leito
E o fogo se apaga
E a água se vai
Vivo a vida como uma saga
Que não sabe onde vai...
Pedro Carregal
O poema que nasceu na mesma altura que o ''Na Morte de Um Novo Amor''