Quem seria a nossa estrela
No céu nocturno ao luar?
Quem terá forma singela
No véu perdido do mar
Alguém que sabe o teu nome
Mas que não o quer chamar
Alguém que pintou meu rosto
Sem para ele nunca olhar
Chamarei o meu destino
Ás rosas perdidas, sombrias
Vivo a vida em desatino
Criando harmonias
Da tristeza um abraço
Tende minha alma cercar
Longe do comum embaraço
Na tentativa de tentar
Perder não é o todo
Mas sim a peça letal
Enterrado no lodo
No rio que me é fatal
A beleza está por dentro
Vejo-a sem a ter que explorar
Serei belo noutro tempo
Belo enquanto não amar
Vou sair daquela sombra
Que é minha vida coberta
De tantas frases de sobra
Esta a razão me desperta
Serei palavra distante
Sem razão nem sorte
É o meu destino constante
Confiar sempre na morte
Pedro Carregal