Rastejem insensíveis criminosos
Enquanto a lua estiver negra e não cair dos céus
A matina de cães não ladrar a vossa alma
Esperaremos pelo golpe da serpente, a investida do lagarto
Esperaremos o ressecar do sol ao entardecer
E a caravana dos réus descansarem
É hora de atravessarmos o deserto
Assentarmos a roda de escarnecedores
Negociar os teus dias com a inimiga
Que uiva como o lobo em teus ouvidos
Derramam suor em tuas pupilas
Tente ludibriar a bússola que te martiriza
O hospede sombrio que de ti se aproxima
As valas já estão preenchidas
Flores por si só estarrecidas
As lágrimas não a trarão de volta
Nem a chuva no concreto escorrida
Um cavalo negro de galopes apressados
Vai se findando escurecendo a solidão
Todo teu sofrer paira no esquecimento
Se a noite é calma o dia também...
Não esperes pelas faces conhecidas
Continuam as freqüências das rotinas
Espere até que os cães ladrem a tua oficina
Os que forem ceifados juntarão a ti
Tome por montaria o próximo cavalo
Pois o galope do tempo parece não atrasar.
Marcelo Henrique Zacarelli
(Poema Surreal)
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
São Paulo, Janeiro de 2011 no dia 11