Gostava de gelar no fogo
De andar sobre o mar
De conter-me no lodo
E mergulhar no ar
A luz perpetua da minha voz
Que dá vontade de rasgar
Insensatez entre nós
Triste vontade de amar
Gostava de respirar a terra
Sentir o fogo húmido
De sentir a seca água que me erra
Perder-me no ar em salpicos
Sede maldita de calor
Vontade de me atirar
Ao ar, à seca terra do amor
Ao oceano de amar
Se um poema descrevesse
A minha agonia
De sonhar com o que vê-se
A minha triste harmonia
Segredo amaldiçoado
Que toda gente sabe
Criticam-me por ser abençoado
Por viver no fogo que arde
Pedro Carregal