HETERODOXIA DO AMOR
Quantos são os poetas que falam de amor!
No supremo desejo de com ele fazer rimar,
Desnuda sensibilidade, com tamanho rigor,
Assertiva infesta que não posso concordar.
Referencio-me ao prolatado incondicional,
Pois não há fronteiras para o seu expressar,
Entendo-o como o maior, único e universal,
Dos sentimentos que jamais urgirão a ornar.
Fugidio desta paradoxa e funesta dicopodia,
Nunca houve condições a quem o declarar,
A restrição é fruto da abnominável heresia.
Amor universal é o único que aprendi a falar,
Nas trovas que rimo sob a fagueira harmonia,
Eu amo, sem pretexto de não o condicionar.
AQUARELA DE UM SONHO
Aquarela de mulher excêntrica e vaidosa,
Como é estranho este teu lângüido pensar!
Esta cisma persistente e assaz desastrosa,
No meu caminho, jamais deixarei passar!
Satírica maneira que te faz tão escabrosa,
Vendavais...