No olhar perdido de uma esperança vazia
Nasce a dormência infame, desaustinada
Rolam gotas de fome séria, gritante
Engolem-se perguntas de resposta adiada
Secam-se as vozes, por serem demais
Perde-se o passo em cada passada
Torna-se a dar, à vida, um dia mais
Vende-se o tempo a troco de nada
Quem te fez assim? De sorriso no chão
De olhar altivo e moedas na mão
Quem te trocou pela ida ao cinema?
E balbuciou, …é pena, é pena...
Quando a indiferença me calar o amor
E um olhar leviano me dançar pelo ar
Lerei nos teus olhos, secos, e rasos de cor
Palavras nobres que tardam em passar
…que pena… que pena
perderes o amar.
RuiSantos