Que malícia, que maus são
Aqueles que contrariam
Sem razão
Como se seu controlasse o meu destino
Como se eu mandasse no céu
Como se eu fosse eu
Fiz de tudo para me aplaudirem
Tentei me divertir
Mas me controlam a razão
Como uma roda de espinhos
Como veneno cristalino
Espalhado no meu coração
Inveja ou incerteza
Acabarei em tristeza
Sem poder vencer os meus medos
Gostava de estar sozinho
Como um velho peregrino
Na minha alada sepultura
A sede de felicidade, que me deu imortalidade
Nos meus cinco sentidos
Como um peixe fora de água
Como um livro sem páginas
Como se eu fosse eu
Acham que eu não mereço
Que escolho, mas padeço
Por tanta ignorância
Mas suas palavras, que me queimam
Mas fúria com que aleijam
Mata-me a vontade de morrer
A vontade de sonhar
Por meus sonhos lutar
Compararei tal destino
Como terra sem dono
Como pássaro com retorno
Como se eu fosse eu
Pedro Carregal
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