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O AMOR E O PÓ DOS SÉCULOS

 
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Por que me perturbas,
através deste quadro?
A pintura torna-se viva
quando, com jeito leviano,
tu te deixas pousar
no suporte da lâmpada!

Atormentar-me,
eu sei que pretendes,
em razão d’eu
não querer admitir
que te amo ...

Maldita bruxa!

Por que voas para o quarto,
e quando, de ti, vou atrás,
desapareces, deixando-me perdido
na ânsia do teu encalço?

Quero negar a pintura,
anular feiticeira imagem,
que nela se enquadra ...
Mas não posso!
É a única senda
por onde posso caminhar!

Não, não quero
ver-te passando em voo,
com suas peludas asas
de obscura mariposa,
a espalhar o pó dos séculos,
para, meus olhos, cegar ...
Preciso não enxergar!

Porém, quero sentir-te,
linda na grande obra,
por mim, um dia, pintada,
e nesta vil parede, postada!

Mulher, tu não me esqueces,
nem me deixas esquecer-te ...

De longe, vens,
cruzando o vazio éter,
trazendo o fogoso carinho
que queima
minh’envergad’alma,
que ainda pede por teu amor!

Não importa que a dor,
em vão, não sare meu espírito ...
Estarei sempre, teu retorno, a esperar,
sem querer, nem poder recuar,
pois invade-me ainda,
teu velho amor secular!




Roberto Armorizzi

Nota do autor.
“Nesta peça poética, o velho amor secular confunde-se com nosso ininterrupto caminho de finitudes.”


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http://robertoarmorizzi.blogspot.com
http://www.artmajeur.com/armorizzi
http://www.artmajeur.com/roberto
http://www.artmajeur.com/conceptual
 
Autor
RobertoEstevesdaFons
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/01/2011 12:14  Atualizado: 11/01/2011 12:14
 Re: O AMOR E O PÓ DOS SÉCULOS
A DOR DO AMOR, É A PROVA REALMENTE QUE NÓS AMAMOS

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