Sonetos : 

Haraquiri

 
Dulcíssima prisão ou vil castigo?
Não sei dizer ao certo. Eu lhe juro.
De vez em quando, claro. Outra, escuro;
Impávido relento, cálido abrigo.

Perfeita emoção, razão insana.
Grilhão que me tortura, mão que carinha
Por hora, leve, solta, comezinha,
Por outra, colossal e sobre-humana.

O tênue fio onde se caminha;
O divisor de águas, ínfimo muro
Por onde, andar ligeiro, aprendi.

No fruto cobiçado dessa vinha
Encontro o veneno ou me curo.
Insano e imperfeito haraquiri.


Frederico Salvo


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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 11/01/2011 00:40  Atualizado: 11/01/2011 00:40
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 Re: Haraquiri
Belo soneto Frederico! com ritmo e rimas ricas.
bjs