Amigo vampiro
Nesta triste hora te escrevo
E se te descrevo é por querer.
Chupaste veias secas
De pólvora que já foi,
Mudaste caras tensas
Da flacidez que se vai,
Meu amigo vampiro
Se errado vem este haikai,
Mais errado irá
Para os confins da concordância:
Que em cada balde cresçam
Os fantásticos muros
Do teu castelo de estrume!
Amigo vampiro ao certo não sei,
Não sei bem o que tenho, o que dei,
Só sei que olho cá de baixo,
Na delícia atmosférica
Das camadas quentes mal cheirosas
Me pairarem acima dos cabelos.
Meu amigo vampiro,
Perdi forma, perdi rima,
Sou agora uma puta perdida
Nos confins da concordância...