A obra é um acaso entre tantos
Que entretanto mais firme teima
Presente que estala e queima
Se aninha em recônditos cantos
Nascem então estranhos encantos
Não raro sabe a guloseima
Atinge píncaros de toleima
Vem do riso firma-se nos prantos
Eis pois ao siso do mundo a obra
Onde lhe sobressai cada dobra
Afastando-se já do criador
E o criador por si enganado
Que fiava-se assim escorado
Só lhe resta tentar-se noutra dor.