Por debaixo da ponte correm as águas Onde timidamente navegam meus barcos de papel, Os ventos que sopram as nuvens no céu São os mesmos onde meus desejos desaguam.
Nas pedras que enfeitam as margens do caminho Meus barcos trepidam desgovernados e vazios, Meus pensamentos singram horas a fio Em seu curso filetes cor de vinho.
Na areia os vestígios de poluição Naufragam em definitivo meus barcos na contra-mão E meus sonhos se perdem na natureza envenenada...
No percurso uma oca cachoeira chora Pela catástrofe ecológica que mandou embora Meus sentimentos no silêncio das madrugadas!