Às vezes, gostava de estar perdido
Sem memória, sem vagar.
Perdido algures no mar
Numa ilha, é meu pedido
Lá não teria problemas e tristezas
Lá seria apenas eu
Ou então, longe da vista do céu
Gostaria de fugir, sem as menores incertezas
Maldição será eu desejar e tentar avançar
E sentir um ligeiro atraso
Que não é causado pelo que faço
E caminho, cada vez mais devagar
Quem me dera ser feliz por um ano ou dois
Sem que uma lágrima caísse
E que que quisesse, que visse
Que posso ser feliz
Mas acontece que agora não consigo, nem consinto
Que me ordenem o desistir e impeçam o meu sonhar
Que calem a minha voz e que me façam abrantar
Continuo a sonhar e a lutar, mas o cansaço e a tristeza, ainda sinto
E eu agora aterro à realidade
Ao mundo real, frio e cru
Pinto um quadro a nu
Da tristeza da minha verdade
Pedro Carregal