São todas mulheres.
Contam seus casos.
Riem e brincam como meninas;
Mas são todas mulheres.
E seduzem e cativam.
E convidam ao seu jogo predileto,
brincar de transparência,
sugerir revelação.
E no faz de conta da ausência de segredos
mulheres-moluscos guardam no útero
fantasmas e medos.
Medos de beira de rio.
Fantasmas do tempo de avós.
Meninas, são mulheres fortes.
Altivas, extraem a sua força dos seus homens.
Dos seus homens de ontem e de hoje.
Dos homens com quem sonham e brincam,
fazendo deles meninos,
Maternais e incestuosas.
Mulheres são meninas frágeis.
Tem medo de escuro e das almas dos que já morreram.
Lhes assusta a solidão e a voragem do rio cheio, que lhes parece um castigo por suas tantas brincadeiras..
E driblam narciso que por natureza,
em sua igualdade as fez rivais
E seguem, como as águas do rio
unidas em seu curso,
Solidárias e cúmplices,
de alegrias e dores,
na corredeira dos casos
que meninas-mulheres vão contando e brincando, displicentes em festa nas suas noites fartas,
ao redor da mesa.