Um senhor, humilde senhor
Esqueceu-se de suas conquistas
Deixou para trás honrarias
Pouco lhe importava que às vistas
Fosse reconhecido de grande valor
A rainha, humilde rainha
Sorrindo docemente
Disse-lhe que não havia fuga
Era parte da linha de frente
E a muitos inspirava e mantinha
O senhor, nobre senhor
Tácito e incólume
Guerreiro veterano
Vinho em alto para o gole
Respondeu com amor
“Senhora, minha senhora
Heroína desta terra
Ápice do Império
Dama de paz e de guerra
De pé e altiva em boa hora
Meus passos são curtos
Minha caminhada, longa
Minha vida esta aqui
A trilha que se prolonga
Não deixa lugar a furtos
Não tenho aonde fugir
Aqui meus filhos foram criados
Meu sangue e meu suor
Não em lugar outro derramados
Para onde mais poderia eu ir?
Meu passado foi ao lado
Minha senhora, do seu rei
Que o foi meu também
Honra maior não terei
Do que dividir o seu fado”
Não eram poucas lágrimas
As que contidas ou externadas
Traziam do fundo do ser a paz
De cem batalhas ganhadas
A alegria de almas amálgamas
Aquela era uma reunião sagrada
Um círculo, círculo mágico
União de virtudes infindáveis
Onde não entrava o trágico
Nem a escuridão disfarçada
Foi então que o príncipe
Ah... o príncipe, ah...
O príncipe, sem palavras
Ele que gostava de falar
O glorioso partícipe
Aos pés da rainha calou
E foi em sagrados movimentos
Que disse o mais importante
A verdade de anos centos
A fronte ao solo então selou
O auge do silenciado
Foi o brado sorridente
“Não há nada maior
Nem fogo mais ardente
Do que o discipulado!
Minha rainha, minha senhora
Sou teu guardião, filho fecundo
E tu, minha mãe protetora
Até o fim, até o fim do mundo
Por ti e por nosso rei de outrora!”
“Por isso!” Por isso brindaram
Esquentaram as gargantas
Desceu doce sabor refinado
Taças cheias e dentre tantas
Vazias não sobraram
Esse é o círculo, mágico e elevado!
No qual só entra a luz
De cavalheiros e damas
E daquele que conduz
Os seres carentes ao sagrado!