Ainda que eu caminhasse pelas mesmas ruas
De sonho e sangue contaminado
E contemplasse a luzes estrelares mortas em sorrisos,
Arterias abertas e lágrimas,
A maquiagem desfeita após a surra,
Viver ainda seria relevante ?
De vielas e recantos onde lascívia vende-se barata
Aspiro mais que o particular abandono.
Ainda que mentisse iludido e partilhando
O riso enfurecido da fera nocturna machucada,
Nada seria como outrora,em idílios azuis.
A língua na minha e a marca,
O carinho fácil entre sombras,
A sociabilidade inata e os planos,toda promessa mais sincera.
O adeus amargo pesando entre dentes que cerrados
Contraem-se e chocam-se na boca ferida.
A pele macia e o pequenos seios
Transcenden enfrentando ocasionais mortes
E ressureições interrompidas.
A razão e a forma ideais dando as mãos e acenando para o nunca mais
Banal ausência,dúvida.
Revela-se na minha fronte o desejo
Da roupa desfeita e da palavra que permanece
Ao redor do corpo no outonal crepúsculo
Como a extensão do túmulo alugado.
Mergulho no desaguar de lamento
Que a esmo choca-se ao relento
Com a última atenção formando-se
Como ilha isolada em mar de vagos pensamentos
Levando ao meio de suas pernas,entre suas coxas.