A sua irônica posição fazia o numero onze lembrar
Deusas gêmeas, construídas por mãos de mortais
Era um par perfeito, que o céu parecia tocar
O reflexo do entardecer refletia em seus vitrais...
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Eram cento e dez andares de pura imponência
A Ilha de Manhattan, todos podiam lhe enxergar
Mas aos seus trinta e dois anos de existência
O mundo não pode mais lhe admirar...
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A Estátua da Liberdade nunca lhe deu as costas a nada
E com sua tocha, parecia o teu caminho iluminar
Pois foste construída no horizonte, bela e iluminada
E seu majestoso porte, nada parecia derrubar...
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Era o declínio de verão, outono na mudança de estação
Aqui, o sol alcançava o equinócio de Setembro, chegava a primavera
Mas as flores mudaram as cores, numa negra coloração
Em mutação eram flores de luto, numa tristeza que não encera...
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Atacaram-lhe com pássaros de fogo, demônios vindos do céu
E carregavam eles também almas aflitas, e sonhos estilhaçados
Pois ao acertar-lhe, cobriu-lhe de fogo, e as cinzas foram teu véu
Não entendo porquê! Qual o mal que tenha lhe condenado...
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Que estranha aliança é esta, que lhe levaram a esta sorte
O que teria dizer este homem que diz falar por Deus
Pois contigo, muitos outros também chegaram à morte
Semelhantes como ele, como os meus, como os seus...
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Pois estes falsos profetas e profecias de um "Talibã” que um dia amargará
Por difamarem o “Sagrado Alcorão” e as palavras de Maomé
“A aquele que fizer um mal, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á” *
Por que, basta acreditar em Deus, não importando minha fé...
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Foi Deus Quem erigiu os céus sem colunas aparentes;
Logo assumiu o Trono e submeteu o sol e a lua à Sua vontade
Mas deixou-nos a engenharia e arquitetura como presente
E o Dom de construir com plena liberdade...
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E por mais que agora se erga o nosso orgulho ferido
Olho para o seu lugar, e vejo aquele estranho vazio
Prefiro pensar que para o universo ela tenha partido
Como um foguete, que a muitos corações partiu...
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O mundo estava a lhe abraçar nestes momentos lacônicos
Estarrecidos quando foste ao pó em rastros de poeira
Para conseguir dormir agora, nem com poderosos laudânicos
Pois na memória o medo, ao lembrar de tua hora derradeira...
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Mas eu não quero o mal, á quem o mal tenha feito-me
E das sobras de seus escombros, quero as frações dos segundos
Para que possa ver rostos de pessoas sorrindo-me
E neles uma variação poética, para que possamos mudar o mundo...
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E neste espaço em que foi crivado a tristeza deste sentimento profundo
Que fiquem só nomes e lembranças que aqui jaz
Que faça o amor reviver, esparramando-se pelo mundo
Nas flores de um universo colorido, no que sobrou deste teu jardim da paz...
*(99ª Surata, versículo 8).
“assalamu aleikum wa rahmatullahi wa barakatuh”
(Que a Paz, a Misericórdia e a Benção de Deus estejam com vocês)