Pessoa foi o Místico
foi o Profeta
foi o Mago
foi o Poeta Iniciado
Bocage foi desregrado
foi eternamente exuberado
foi arrojado
e mal amado
Florbela escreveu um verso apaixonado
e um soneto enamorado
enquanto Ary em Abril plantou um cravo
com um texto revoltado
Pessoa no Martinho está opiado
e embriagado
enquanto escreve D. Sebastião, o enublado
O desejado
Florbela escreve um verso mal fadado
Ary plantou um cravo
Camões é o excelso, é o Augusto
O Lusitano, o iluminado
escreve a epopeia do navegante
que atravessou o cabo
Pessoa foi o Mago
Deus o agente, D. Sebastião o adorado
E Florbela,
seu cruel fado
E Bocage, um homem dado
aos prazeres do vinho e do pecado
e às belas sereias do Sado
Pois sou eu o Poeta Augusto
O Combatente
Uso a caneta ilustre
Sou o fiel crente
Que vencerá os déspotas do Mal
Que aos gentios dará o nobre sinal
Que cumprirá o mar salgado
e Portugal
João Pimentel Ferreira
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Domine, scribens me libero
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Aónio Eliphis