As almas não sonham,
elas perdem-se nos encantos da imaginação,
fazem-se maiores do que as pedras,
menores que os astros,
e no caminhar das pedras da calçada,
que as vou coleccionando nas minhas brumas,
perco-as dentro do meu peito,
construo os meus castelos de fogo,
e os meus dragões de anseios,
perdem-se nas guerras dos moinhos de vento,
e eu já cansado,
de tanto caminhar,
com o coração no anseio do amar,
com a paixão na melodia do beijar,
quem sou eu?
quem és tu?
amantes da vida,
adoradores das sombras,
adoradores das magas palavras,
que Nostradamus pronunciou,
naquela tarde do apocalipse que virá,
almas predadoras na busca de capturas,
almas guerreiras de sangue lusitano,
corpo humano, ébrio de luz,
anseio de infinito,
seja afinal o que isso seja,
já que onde quer que ele esteja...
sei que não será ali que eu estarei,
e na infinidade dos passos,
andarei a caminhar até as solas romper,
em busca de não sei o quê,
em busca nao sei de onde,
só sabendo que vou indo... amando...
só sabendo que caminho... de mãos dadas...
e que no além...
estarei com quem...
vou sempre amar.
Alexander the Poet